De volta - e agora intensamente - à tese (leituras, escritas, pesquisas, apreciação de vídeos, acompanhamento de jogos) deparo-me com as delícias do universo do futebol.
E a que tem me chamado a atenção é como o torcedor feliz (e o infeliz) assemelha-se a uma criança.
Sem regras, sem limites, sem vergonha, sem medo de ser feliz, o torcedor abandona as regras sociais que o escravizam (mas tornam possível a vida coletiva, eu sei) e entrega-se aos sentimentos, quer seja de alegria ou de tristeza profunda.
O mundo ordinário, cotidiano, onde homem não chora e bofe não se abraça parece ruir diante da grandeza do mundo do futebol. E nada é de caso pensado. Ninguém se prepara pra isso. As coisas acontecem no calor do momento, no limite da possibilidade de viver o aqui e agora, na entrega total de toda a capacidade humana de expressar seus sentimentos.
Curiosamente, a emoção toma conta do torcedor, sem no entanto expulsar dele (pelo menos não totalmente) a capacidade crítica e racional, pois com ela ele acompanha o jogo, avalia os lances, comenta, observa. É um transe sem sair de si. Uma espécie de transe de fronteira, transe consciente, caso a antítese não negue a afirmação.
E outra curiosidade à qual eu ainda preciso me dedicar, é como a vivência deste transe está intimamente ligado à experiência do corpo neste evento. Toda a vivência do futebol - emocional, física e mesmo intelectual está diretamente relacionada, e refletida, no corpo. O afeto, a raiva, a expectativa, o alívio, o sentimento de identificação se manifesta e se experimenta no corpo e nas relações interpessoais a partir do corpo: do abraço de torcedores à agressão física ao adversário.
Abaixo, fotos que ilustram (não como vídeos onde o torcedor pula, canta e abraça o coleguinha) parte dessa alegria do direito de ser menino.
Isso sem falar dos jogadores:
É bolada, Menino-Torcedor!
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Óia eu aqui também... Tô peregrinando pelos seus blogs, muito bons.
ResponderExcluirConfesso que não gosto muito de futebol. Nem a leitura de "A eterna privação do zagueiro absoluto", de Veríssimo, deu jeito nisso...rsrs.
Mas passeando aqui pelo seu blog, há esperanças de que eu mude de idéia...rsrs. Interessante descobrir formas inusitadas de apreço por esse esporte.
Grande abraço!