domingo, 21 de fevereiro de 2010

FIDELIDADE TEM LIMITE - Torcedor não é palhaço!


Alinhar à direita
"Ora, o pior resultado do mundo é o empate. O torcedor sente-se roubado no dinheiro da entrada e inclinado a chamar os 22 jogadores, o juiz e os bandeirinhas de vigaristas. Acrescente o seguinte: de todos os empates o mais exasperante é o 0 x 0, essa virgindade desagradável e irredutível do escore."
Nelson Rodrigues

Toda relação de fidelidade é baseada numa confiança que se alimenta ou senão definha.

Que o torcedor é um fiel (não só o corintiano) todo mundo sabe, mas daí a um time afundar de vez e jogar no lixo todo o respeito, dedicação e amor de uma torcida histórica, impressionante e esperar que o torcedor continue fiel, já é um pouco de mais. O Fiel corintiano foi junto pra segunda divisão, mas voltou no ano seguinte. Pra nosso desespero já se vão quase sete anos, sem falar na paradinha na terceira. Uma vida! Vai me dizer que o Bahia é isso? Bi-Campeão Nacional. Primeiro time brasileiro a jogar na Libertadores. Alôou!

Como fica, então? Alguém me responde?

O torcedor vai deixar de torcer para o Bahia? Não. Jamais. O que eu digo é que este Bahia mentiroso que tá aí tem que parar de sujar o nome do time mais tradicional e popular do nosso estado (eu sei que o Vitória é mais velho. Tradição não é sinônimo de idade.)

Quem é o time?

O elenco que, não sei se porque quer ou porque não consegue fazer melhor, só dá vexame no campo?

A equipe técnica que não consegue botar um time que presta pra jogar?

Uma diretoria descarada que não dá a menor bola pro torcedor que se acaba de coração e de bolso pra ver seu time fazer uma merda atras da outra?

Ou a torcida que jamais falha na sua tarefa de manter o time como uma instituição que ultrapassa tempos, escalações e gestões?

É a torcida, é claro.

De tudo o que passa o que fica é a torcida. Diretoria sai e entra, jogador mais ainda. Tá na cara de Edilson e Apodi que eles tão perguntando: "que diabo eu vim fazer aqui?" Pois meus dois queridos, essa é a pergunta que o torcedor faria se não tivesse certeza plena do que é: o verdadeiro dono do time.

Que não me venham prender por incitar a violência, mas bem que a torcida podia ir dar uns tapas nessa galera de novo no treino. É o que eu sinto vontade de fazer quando vejo uma lambança como o jogo de hoje ou o de quarta-feira passada.

E se a gente avançar na questão, o que é que querem fazer com A Bahia, não só O Bahia? Um futebolzinho descarado, risível que não vai pra lugar nenhum. Tirando o BAhia, sobra o quê? O Vitória, esse time de primeira divisão, mas não de primeira grandeza, completamente sem brilho, com um artilheiro que só faz gol de penâlti, e uma torcida que se pauta na comparação com o Bahia para poder ser feliz.

Vamos parar de palhaçada, de empresário ser o dono de tudo e fazer o que quer e o que não quer e o povo ficar chupando dedo sem fazer nada, só recebendo... só levando...

Já não me basta terem tirado o Chiclete do Campo Grande no domingo e anunciarem que ano que vem só vai ter na terça, porque na Barra tem mais conforto pro Bel, já não basta pobre pegar ônibus cheio e além de cansado, endividado, viver com medo. Medo no ponto, na rua, na porta de casa. Pobre com medo de pobre. Todo mundo rouba pobre. Rico rouba pobre, empresas roubam pobre, os bancos roubam o pobre, os políticos roubam dinheiro do povo. Não basta a dor da vida real e ainda me vem o Bahia e faz uns jogos desses. E ninguém diz nada. Caramba! Chega! O povo só é vítima.

ACORDA, gente. A gente não é minoria, não, a gente é maioria!!! No dia que a gente se retar de verdade vocês vão ver. Vão abusando do nosso limite de gado pra ver a merda que vai dar.

Por motivos muito parecidos fez-se a Revolução Francesa. Poucos com quase tudo e quase todo mundo sem nada. Chega uma hora que o lombo cansa. E aí vocês vão ver.

Diretoria do Bahia: acorda antes que a gente vai aí acordar vocês!

É bolada, torcedor!


Charge de Alam Félix


2 comentários:

  1. É difícil pra um torcedor como eu, que tenho a camisa do Bahia como a minha segunda pele, conviver nos dias de hoje. Eu visto a camisa já imaginando as agruras que vou passar na rua.
    Penso também como vou manter a minha filha torcedora do Bahia. Às vezes ela pergunta:
    -Por que ele perdeu, pai?
    Como você responderia isso a um filho, de modo que ele mantenha a paixão pelo time?
    ...
    Concordo com você, a torcida é o time! Devemos nos mobilizar e promover uma revolução! Não dá mais pra ficar ouvido provocação de vitorinha no buzu!

    Ah, achei massa a piada de Edilson e Apodi.

    ResponderExcluir
  2. Na verdade foi um comentário de Alam. mas somos casados em comunhão de bens, por isso não dei os créditos.

    ResponderExcluir