sexta-feira, 29 de abril de 2011

JOGÃO DO FLU NA LIBERTADORES - pelo menos pra mim, que tô acostumada com os babas do Baianão

Gente, eu decidi parar de esperar um grande assunto ou um toque genial para postar no blog. Leiam meu desabafo em: http://www.artedoespectador.blogspot.com/. Até porque, tem um monte de gente escrevendo coisas muito legais sobre futebol por aí, e eu não vou ficar me esforçando para competir. Sobretudo no que se refere ao Bahia. O que mais se pode dizer do Bahia, meu Deus? Dessa direção tosca e desse abandono? Tá difícil, viu.

Mas, ontem, desavisadamente, eu ia dormir com aquele olho preguiçoso na TV e eis que me deparo com o jogo da Libertadores FLUMINENSE X LIBERDAD do Paraguai. Eu juro que queria dormir, mas o jogo - como tem sido a maioria dos jogos do Fluminense, estava quentíssimo, e depois de tanta raiva com meu Baêa, eu me lembrei ontem porque é que eu estudo futebol.

O jogo era pura emoção. Jogo dinâmico, torcida participativa, empolgada nos momentos bons, cobrando nos momentos maus. Dois times com vontade de ganhar. Jogadores bem preparados, com uma resistência física impressionante. Tá, eu posso estar exagerando, pode ter tido problemas, mas para o que eu olho como pesquisadora e como espectadora, o jogo foi perfeito.

O FLU abriu o placar e ficou administrando a pseudo-vantagem (que 1 X 0 não é vantagem)... E não é que o Liberdad empatou? E aí parecia que o FLU tava perdendo de 10 X 0. E jogando mal. Jogando mal, ele fez dois gols que pelamordedeus...

Eu queria ser o cara que fez o segundo gol. Gente, a torcida não acreditava, o cara não acreditava, o técnico não acreditava, o rival não acreditava. E eu me deleitava com aquela cena. Que coisa linda é esse futebol assim, nessa hora. O cara ficou muito feliz, eu acho que poucas vezes eu vi um homem tão feliz. (eu parei uns dez minutinhos procurando no youtube o gol, mas não achei. Sacangem...)

Bom, não é muito mais do que isso, não, que eu tinha para (não) dizer. É que fiquei pensando nesse jogo o dia todo. Foi revigorante para mim.

Eu li um texto muito bom no Correio anteontem (ou foi ontem?) sobre a falta de talentos no futebol e outro hoje sobre o mercado do futebol que me fazem pensar sobre os rumos do futebol meio como o teatro burguês que se perdeu do povo. Mas, calma que isso é assunto para post sério.

Voltem com frequência, que eu prometo que vou escrever toda semana. É chato ir ao um blog e ver que é o mesmo post ainda, né...

É bolada, leitor companheiro.

PS. Jequié tem time, mas está na segunda divisão do Baianão. Domingo teve jogo, mas eu não fui, Preciso me inteirar com o futebol de lá. Tem um estádio legalzinho. Vou torcer para o ADJ - Associação Despotiva de Jequié (eu acho). Sim, por falar nisso, o Serrano na Copa do Brasil no ano que vem. Que delícia. Eu vi o Serrano jogar contra o Flamento na década de 80 (quando os clubes jogavam fora dos campeonatos para se exibir mesmo, como espetáculo, hoje não tem mais isso - outro post sério!!!). Vitória da Conquista tem dois times na Série A do baianão e o VItória da Conquista (na verdade o Primeiros Passos) está na Série D do brasileirão, isso é muito legal. Ah, gente, é sim, vai, para de rir...

Fui.

sábado, 9 de abril de 2011

A VOZ DO CAMPEÃO

Está em cartaz em http://www.artedoespectador.blogspot.com/ a entrevista com Edvard Passos e Narcival Rubens, diretor e ator, respectivamente, do espetáculo A VOZ DO CAMPEÃO, em cartaz no Teatro SESC - Casa do Comércio, às quintas e sextas, 20h30.

Mas, como eu sou boazinha, vou postar aqui também, e ainda com bônus, viu.

Não deixe de prestigiar o espetáculo. Vale muito a pena. Amanhã publico meus comentários no mesmo blog.








É bolada, torcedor-espectador.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

LUTO PELAS CRIANÇAS DO REALENGO - quem atira em quem?

Sentindo uma enorme dor no coração com toda essa história das crianças no Rio de Janeiro. Dor profunda e estranha. O mundo é estranho. Choro pelas crianças. Sofro pelo que temos nos tornado.

Eu acredito que nós, seres humanos, somos todos uma mesma e única coisa. Quando acontece algo desse tipo com um de nós, acontece com todos nós, acho que isso a gente ainda conserva de humanidade. Não acho que a gente sinta apenas o medo da possibilidade de que possa acontecer com a gente a qualquer momento. Também fico pensando, meu Deus, se fosse Hannah? 12 anos, menina... Mas acho que de alguma forma foi Hannah, fui eu, foi você, porque foi um ser humano e, no fundo, no fundo, somos um. Apenas um. Se um dia essa tristeza passar ou não nos tocar, porque foi com alguém de longe, é porque não temos mesmo mais como seguir adiante, porque como humanidade estaremos condenados ao fracasso enquanto espécie. As conquistas do homem só fazem sentido se forem para todos. Senão, é apenas um detalhe. Só fica, histórica, cultural e biologicamente aquilo que ajuda a todos. Que ainda seja a capacidade de nos comovermos com o que acontece ao outro.


Ontem, uma mulher brigou com o motorista do busu (que também é cobrador) e concluiu com uma frase impactante, alto e em bom tom, sentindo-se ourgulhosa da declaração: "É por isso que pessoas como vc não saem do lugar que estão". Desceu do busu (frescão) sacudindo seu belo cabelão e trotando sobre seus saltos. Ela não percebe que faz parte (como eu, como todos nós com nossas posturas de ódio, preconceito e frieza) dos alicerces que constróem o mundo como este que desemboca num massacre de crianças. Aí, uma outra pessoa, em outra ocasião, mas no mesmo dia, vem se queixar comigo de que a babá é muito folgada. Só chega atrasada e fica mentindo que a filha tá doente. Que ela é uma mal agradecida, porque esta digníssima patroa paga salário, carteira assinada e plano de saúde. Que no outro trabalho ela era humilhada e deveria, portanto, tratar este emprego com mais gratidão. Eu lembrei a ela que ela não faz mais do que a obrigação e que a empregada não deve gratidão nenhuma a ela e nem ela é uma heroína só por cumprir seus deveres de empregadora. Aí me parece estar ilustrada uma parte pequena, mas representativa, de algumas causas de estarmos num mundo tão torpe. Não nos vemos como iguais, humanos. Talvez nunca tenhamos nos visto assim, mas hoje eu penso que a encruzilhada é: não somos vítimas de um sistema, somos a causa dele. E ele se vira para nós. Estamos piorando o mundo para nós mesmos. Ai, cansei. Tô bem triste hoje. E assustada. Queria um mundo mais levezinho. Quero voltar para Capela. É mutia expiação!


Detector de metais? Máquina nenhuma vai nos deter de nós mesmos. Nã é uma máquina que resolver nossos problemas. Só afeto. "A culpa do crime, nunca é da faca". Eduardo Galeano

É preciso muita disposição e coragem para fadermos auto-críticas sinceras. Repousar a cabeça sobre o travesseiro tem sido cada vez mais difícil. Deve haver algo de muito produtivo em cada semente de amor que a gente planta numa sala de aula, em cima de um palco, na mesa do café com as crianças. Ou eu acredito nisso, ou nem levanto da cama.

Em Tomates Verdes Fritos, uma personagem diz que deve haver um deus especial só para as criançãs. Eu quero acreditar nisso agora, tanto pelas que foram, quanto pelas que ficaram com a lembrança de um dia tão terrível.


LUTO. DEDICAREI BOLINHAS DO MEU ROSÁRIO PARA ESSAS FAMÍLIAS QUE DEVEM ESTAR SENTINDO A  MAIOR DOR DE SUAS VIDAS.