Pra quem ainda não leu. É grande, mas eu gosto:
"Adriana Silva Amorim aprendeu a amar o futebol sob um olhar bem peculiar. Filha de pai corintiano, esposa de marido tricolor baiano, a professora de Dramaturgia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e mestre em Artes Cênicas envergou o sentimento apaixonante do futebol para o lado do parceiro. E, consequentemente, para o viés acadêmico.
A atriz de formação realizou uma dissertação de mestrado intitulada “Teatro x Futebol: por uma dramaturgia do espetáculo futebolístico” e costuma dizer que a pesquisa busca sistematizar intelectualmente aquilo que o povo já sabe, dado que o saber popular sempre será anterior e superior ao saber escolar, sobretudo no campo da cultura.
Adriana passou a estudar aquilo que o povo sabe e experimenta no cotidiano. Mesmo tendo chegado, como intelectual, “atrasada à festa da vida real”.
Para ela, o futebol tem origens em ritos sagrados, como o teatro, e é feito num lugar específico para se ver, como o teatro. Os paralelos continuam: a modalidade tem seus elementos próprios de constituição como o teatro, é efêmera e eterna ao mesmo tempo, enquanto cena, exatamente como o teatro.
'O futebol é uma representação da vida real, colocando em cena importantes elementos da experiência humana, como o teatro. O futebol requer uma apropriação do modo de fazer, sobretudo do ponto de vista corporal, como o teatro. Por que, então, o futebol não é arte?', questiona Adriana.
A doutoranda em Artes Cênicas, com licenciatura em Teatro, entende que um gol é um processo de transformação do ‘eu’ particular no ‘eu’ coletivo e essa definição está embargada em algo político. As manifestações físicas e comportamentais do torcedor numa partida decisiva representam um momento de fronteira entre a vida real e cotidiana e a existência subjetiva.
'Em tempos de tão poucas experiências ritualísticas, em tempos de racionalização profunda, eu acredito que o futebol se configure como importante manifestação simbólica do homem contemporâneo, porque através dele, como nos ritos religiosos antigos, o homem sai de si e experimenta outra existência que é fundamental porque ainda é coletiva e nós somos, eu não tenho dúvida, seres coletivos, apesar de vivermos e conduzirmos a sociedade e as relações de forma tão individualizada', acrescenta.
Nesta entrevista concedida à Universidade do Futebol, a artista fala sobre como é possível um jogador de futebol se alfabetizar em todos os sentidos, do lingüístico ao político, passando pelo estético, e também se dedicar ao aprendizado da própria profissão. Além disso, enaltece a relação “treinador-professor” existente nos clubes e o espírito interdisciplinar que molda as comissões técnicas." UNIVERSIDADE DO FUTEBOL
Para ler a entrevista completa no site clique aqui.
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