sexta-feira, 3 de junho de 2011

HOCKEY: Uma cidade desvelada num esporte paixão nacional - Por Cecília Accyoli

Gente.

A bonita da Cecília não foi para Pituaçu com a gente, quando a turma de doutorado foi ver BAHIA X NÁUTICO o ano passado. Ela foi viver coisa parecida lá no frio do Canadá, pode? E aí, a gente conversando sobre a experiência eu a INTIMEI a escrever para o Blog. Quando ela voltar, já sabe, né: sol escaldante na cabeça. Pituaçu, sem falta, bonita.

Curtam um pouquinho da paixão nacional canadense.


Cecília, cumprindo créditos no Canadá

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Como me descobri CANUCK!!! Cecília Accioly


A convite de minha querida Drica, aceitei o desafio de escrever esta nota sobre uma experiência completamente nova:

Assistir (e torcer) a um jogo de Hockey!

Fomos, eu e alguns amigos canadenses, a um típico pub, em Downtown Vancouver, assistir à semi-final da Stanley Cup – da Liga Nacional de Hockey (NHL). A primeira coisa que passou pela miha cabeça foi: como se assiste a este jogo? Quais as regras? Pode gritar? Como seria torcer por um jogo que eu ainda não conhecia?

O jogo: San Jose Sharks vs. Vancouver Canucks. Semi-final. Jogo de volta – os Canucks ganharam o primeiro na ensolarada casa do adversário. O pub lotado. Todos em seus acentos com olhos nos enormes televisores espalhados pelo local. Todos de azul, branco e verde...eu estava de azul.

E para comer?? Via os garçons freneticamente passando com os enormes sanduíches – tamanho canadense – muitos nachos, yam fries... para mim: Chicken BBQ pizza. O jogo teve sabor de pizza de frango ao molho de churrasco com cebolas roxas, coentro e jalapeño. Enormes copos de cerveja de aveia desfilavam e faziam barulho nas mesas, acompanhando os sons dos talheres, das conversas...

O jogo começa...uma enorme tensão se instala. Primeiro, o hino estadunidense do adversário visitante, depois, o local para, todos se levantam, e cantam a plenos pulmões com todo orgulho seu hino bilingue: “O Canada! Our home and native land! … Ô Canada! Terre de nos aïeux...”, “O Canada, we stand on guard for thee. … Protégera nos foyers et nos droits”. O disco é liberado, e começa o movimento dos jogadores.

A velocidade é incrível! A agilidade dos jogadores também. O jogo dura um total de 60 minutos, divididos em três tempos de 20 minutos, com intervalos de trinta minutos e mais dois minutos de intervalo durante cada tempo para os comerciais da TV. Sendo necessário, tem-se mortes súbitas até que o jogo se defina.

E, de repente, aqueles cidadãos silenciosos, com um enorme respeito ao espaço individual alheio, que falam baixo, e se tocam em caso de necessidade ou intimidade se transformam.

Eles gritam como se interferissem no andamento do jogo, xingam o técnico, o juíz, levantam, roem unhas, acompanham com radinhos (no país da tecnologia, são seus iPods, iPads, iPhones4...mas da mesma forma que conhecemos aquelas criaturas que precisando de mais de uma narração assistem pela TV e ouvem seus radinhos de pilha que não abandonam neste momento de sofrimento, paixão...deleite.).

E o grito de GOOOOOOLLLLL! Sim, no Hockey grita-se gol...Goal! Meta atingida! E as pessoas se abraçam...e se sentem no estádio – por sinal bem perto dali – e beijam suas camisas, e choram, e pedem mais cerveja, e comem mais snacks...e eu mais uma fatia de minha pizza.

Resultado do Jogãããão: 3 para o Canucks, 2 para o Sharks! Sim...os tubarões perderam num jogo eletrizante, hipnotizante, de movimentos rápidos, certeiros, de lâminas cruzando o gelo, de jogadores imprensados contra as paredes que cercam a arena, de tacos e miras e um fantástico espírito de equipe! Lindo!

E o VANCOUVER CANUCKS, após 17 anos, está na FINALLLLL!!!! O narrador gritava sem parar! Do jeito que nós conhecemos, falando rápido, abraçando os comentaristas – técnicos, jogadores e juízes antigos que, não atuando mais, participam com seus discursos verbais...

E vi a cidade tomada por bandeiras, pessoas orgulhosamente vestidas....e percebi que elas sempre estiveram lá...explodindo deste amor pelo time, mesmo ele não estando numa final há 17 ANOS. Mas de repente às enxerguei pelo jogo, e de repente eu estava torcendo também, e de repente gritava xingamentos e falava com o técnico através da TV... e perguntei a um de meus amigos o que significava Canuck...: “é o mesmo que canadense, só que num apelido...”. E lembrei da Bahia e do Baêa... e via as pessoas gritando “Go Canucks, Go!” nas ruas...e os mesmo dizeres nos ônibus...e vi uma cidade apaixonada...e pelo jornal, um país apaixonado pelo seu representante nesta copa norteamericana.

A Grande Final terá início nesta quarta-feira, 1 de junho de 2011. Mas o sofrimento é enorme, pois dura 7 jogos. E dia quinze de junho de 2011 teremos finalmente o resultado, na Arena Rogers, Casa dos Canucks, do último jogo entre o time de Vancouver e o BOSTON BRUINS.

Uma linda batalha do Oeste contra o Leste... E que vença o melhor...mas, de coração, GO CANUCKS, GO!!!!!

É bolada, canadense!!!

Links elucidativos:

http://www.nhl.com/index.html


http://canucks.nhl.com/

Um comentário:

  1. Babado: o time de Vancouver perdeu na final por 4 x 0 e foi uma confusão na cidde, digna de um Corinthians X Palmeiras. E como comentou Cecília comigo, lá é considerada uma das 4 cidades mais civilizadas do mundo... Gente é gente em qualquer canto do mundo, a diferença é que alguns seguram a onda um pouco mais..

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